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(AO) Avaliação de Desempenho Docente e as aulas assistidas
- 17 de Junho, 2022
- Publicado por: Educação Online
- Categoria: Noticias
Falou-se ainda da legitimação dos avaliadores. Pois! Quem nos avaliaria? Numa aula duas componentes são colocadas em jogo: a científica e a pedagógica. O avaliado reconhecerá competências ao avaliador nestes dois domínios? Para este ser aceite sem contestação as suas habilitações académicas teriam de ser superiores em cada um desses domínios e se fossem iguais o avaliador teria de ter mais experiência. Estas seriam, na minha opinião, as condições necessárias para se poder avançar para o passo seguinte: a aceitação do avaliador por parte do avaliado. Podem anda existir conflitos relacionais, ou até excesso de afetividade, não notados pelo diretor.
Os professores acabam por aceitar um determinado avaliador porque se sentem obrigados a aceitá-lo. Nos bastidores das escolas parece-me claramente pairar a imagem que os professores não concordam com a observação das aulas. Alguns pedem-nas mas, provavelmente, os motivos prendem-se com um certo sentimento de fidelidade normativa receando ficar prejudicados na progressão, ou mesmo, até, devido ao “medo” e à “tensão” que, como disse a Maria Martins, existe nos professores.
O modelo de ADD, na minha opinião, deve ser sempre negociado com os professores através de um contrato de avaliação elaborado em conjunto pelo avaliado e avaliador. Este deve ter mais habilitações académicas que o avaliado e se as tiver iguais deve ter, obrigatoriamente, mais tempo de serviço (podendo considerar-se como mais experiente). Deve ser aceite pelo avaliado mas com a respetiva ratificação do diretor devendo este analisar eventuais casos de excesso de proximidade ou o contrário. Nesse contrato não teriam lugar os objetivos referentes às taxas de abandono escolar e outras do género pois os alunos, e todas as suas características humanas/sociais criadas com a nova turma no início, só serão realmente conhecidas no final do ano fazendo com que os pretensos objetivos definitivos apontados no início do ano não passem de mais uma incompreensão.
Lembrei-me de um modelo de ADD que poderia ser aplicado aos professores: usar o mesmo que é usado nos professores do ensino superior (não há polémica). Quero salientar com esta ironia uma outra incompreensão: não me parece que o mesmo modelo sirva eficazmente e simultaneamente os educadores de infância, ou mesmo os professores do 1º ciclo/2ºciclo, e os professores do ensino secundário.
Luís Ricardo (2011)
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